terça-feira, 11 de setembro de 2007

Bola em Jogo – Perestroika Corinthiana.

Um pouco de história não faz mal a ninguém, então vamos começar. Aos seus lugares, por favor.
A Perestroika (que significa reestruturação) foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbachev, em 1985. A palavra ganhou a conotação de 'reestruturação económica'. Gorbachev percebeu que a economia da União Soviética estava a falhar e sentiu que o sistema socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma, e isto seria levado a cabo pelo processo da Perestroika.

Pronto. Vamos voltar ao esporte.

Perestroika é o nome dado, como de costume, a uma das operações da Polícia Federal. Nessa operação, a PF investiga a parceria entre o Corinthians e a MSI, que tem como líder, o russo Boris Berezoysky, acusado na Rússia por diversos crimes fiscais. A PF concluiu que Berezovsky é mesmo o principal investidor da MSI, e Kia seria somente um “laranja”.
Escutas telefônicas comprometedoras revelam envolvimento do presidente e o vice, afastados do Corinthians, Alberto Dualib e Nesi Curi. O empresário Renato Duprat e o conselheiro e atual líder da oposição Andrés Sanchez também estão no rolo todo.
Nas escutas, Andrés Sanchez combinava com o presidente Dualib e o seu vice, Nesi Curi, o que dizer em depoimentos à polícia. Há também uma comprovação de tentativa de suborno no valor de R$ 150 mil a um fiscal da Receita Federal para não multar o Corinthians.
Novos detalhes confirmam que a cúpula corintiana tentou negociar com o presidente Lula uma autorização para que Boris Berezovsky pudesse comprar a Varig e investir em biodiesel no Brasil, forma mais eficaz, de acordo com a PF, para lavar dinheiro.
Nem os jogadores se livraram da investigação. Os meio campistas Ricardinho e Carlos Alberto também estão envolvidos na polêmica. Como pretendiam receber parte dos seus salários fora do país, para fugir dos impostos, podem ser denunciados por crime de evasão de divisas.

STJD na Perestroika?

Rubens Approbato, presidente do STJD, com ajuda do procurador Caio Medauar, estão analisando o Código Brasileiro de Justiça Desportiva para saber se o Corinthians desrespeitou algum artigo.
A alegação é que o Timão teria se beneficiado por utilizar jogadores que foram contratados com dinheiro ilícito da MSI, e ganhado o campeonato brasileiro de 2005. Uma das alternativas seria punir o clube, mas o campeonato de 2005, onde estão postadas as acusações, já acabou.
Em julho deste ano, o STJD investigou uma suposta manipulação de resultados para livrar o Corinthians do rebaixamento no ano passado, mas, ao tomar conhecimento das escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, tal situação não foi confirmada.

Ano passado? Não vão alegar que o campeonato também já acabou?
E quanto aos jogos remarcados de 2005, do episódio Edílson? Até hoje, esses jogos e alguns resultados ainda geram repercussão.
E quanto ao Senhor Márcio Rezende de Freitas, que errou feio no jogo decisivo entre Corinthians x Internacional, em 2005?
O STJD parece só ser funcional quando convêm.
Alguém sente cheiro de Pizza?

Polícia Federal, reestruture o Superior Tribunal também.