domingo, 16 de dezembro de 2007

Bola em Jogo – Sofisticação desprezível?

Por Breno Marcos Rossi

No jogo dos melhores do mundo, deu Itália... Ou Brasil, dependendo do ângulo.
O Milan, clube quatro vezes campeão do mundo, tem 6 brasileiros em seu elenco, incluindo o candidato a melhor do mundo, Kaká.
No duelo pseudo-brasileiro versus argentinos, deu o verde amarelo, branco e vermelho. Mesmo com grandes jogadores, o Boca não segurou ímpeto milanês e foi goleado, com show do brasileiro Ricardo Izecson Santos Leite, o Kaká, eleito o melhor do mundial.

O mundial de Clubes 2007 também foi marcado pela apresentação da tão aguardada por alguns, e odiadas por outros, bola inteligente.
A "bola espacial" foi testada no Mundial e deve ser adotada em outras competições organizadas pela Fifa. Sensores magnéticos dentro da bola permitem determinar com precisão se ela ultrapassou ou não a linha do gol. Um microchip interno manda um sinal de rádio quando a bola passa a linha. O sinal é transmitido por 12 antenas posicionadas nas extremidades do campo diretamente para um computador.

Os árbitros serão os mais beneficiados, pois terão menos dificuldades para tomar decisões relacionadas a gols polêmicos. O principal objetivo da bola é reduzir os erros, como aconteceu na final da Copa do Mundo de 1966, quando uma bola chutada por Hurst não ultrapassou a linha, mas o árbitro deu o gol assim mesmo.
Polêmicas assim são freqüentes no mundo da bola. O jogo é rápido, e muitas vezes não há tempo ou pressão que faça o árbitro tomar a decisão correta. Em 2005, o gol que classificou o Liverpool para a final da Liga dos Campeões na verdade não aconteceu. Um programa de computador mostrou que a bola não entrou. Nessa partida, o Liverpool venceu o Chelsea por 1 a 0.
Neste ano, no brasileirão, Paraná e América-RN, dois dos rebaixados, foram protagonistas de mais um dos lances polêmicos do entrou-ou-não-entrou. Wesley Brasília cabeceou e o goleiro Flávio defendeu já dentro do gol, só que a banderinha Angela Paula Ribeiro achou que a bola não entrou e o juiz Paulo Cesar Oliveira, seguindo a orientação da auxiliar, não assinalou o segundo tento do América.
O gol abaixo, marcado por Petit, do Benfica, em cima do Porto, mostra o quão difícil é quando a bola teima em não entrar no gol. Vitor Baía, goleiro do Porto no vídeo, diz que não foi.
Que faria o juiz?

Com a bola inteligente, acabou a discussão. Não existe briga com a tecnologia, ela estará sempre certa.
A modernidade já é aplicada no tênis, por exemplo, onde computadores podem mostrar, em questão de segundos, se a bola passou ou não da linha.
Tudo isso auxilia muito os árbitros, mas será que toda a dúvida não torna cada modalidade mais atrativo?
O que discutirão agora nos longos papos entre uma bebida e outra, no bar?

É a tecnologia acabando um pouco com a verdadeira graça no esporte.
A polêmica.