segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Bola em Jogo – Retrospectiva Parte 3

Por Breno Marcos Rossi

----- RETROSPECTIVA 2007 -----

No esporte, doping refere-se ao uso de drogas que melhoram a performance, particularmente aquelas que são proibidas pelas organizações que regulam as competições esportivas. O doping é considerado antiético pela maioria das organizações e sujeito a punições graves.

Muitos casos se tornaram famosos dentro do esporte. Maureen Maggi, do atletismo, não pôde participar do Pan de Sto.Domingo, pois havia sido pega em uma competição que antecedeu esses Jogos. No futebol, o maior craque argentino, Diego Armando Maradona, lagrado após a vitória da Argentina sobre a Nigéria por 2 a 1, no Mundial de 1994. O resultado dos exames constatou que o jogador Maradona, usava efedrina, que aumenta reflexos
e diminui sensações de cansaço e dor. O velocista Ben Johnson é outro caso bastante conhecido desse mal. O caso do atleta canadense foi bastante complicado, pois os exames apontaram esteróide estalanozol. O atleta perdeu sua medalha de ouro dos 100 metros e o recorde mundial da prova durante a Olimpíada de Seul, em 1988.

Em 2007, anos depois, os casos de doping no esporte continuam a todo vapor. No final do ano passado, mas que teve seu desfecho esse ano, Felipe, goleiro reserva do Santos, foi flagrado no exame com uma substancia similar a um diurético. Após longos meses de expectativa, o arqueiro santista foi absolvido pelo STJD.
O atacante Dodô também teve seu nome vinculado a esse vilão. O exame do jogador acusou a presença da substância Fepromporex, encontrada em remédios para emagrecer. Depois de uma novela interminável sobre como seria a punição de Dodô, quem saiu no lucro foi o jogador, que conseguiu disputar grande parte do final do Brasileirão.
O atacante Vaguinho, da Portuguesa, foi pego no exame anti-doping, com uma substância mais conhecida do grande público, chamada Tetraidrocanabinol (também conhecida como maconha). O jogador complicou bastante a vida da Lusa com a inconseqüência.
Romário oscilou entre o céu e o inferno em 2007. Após terminar a saga do gol 1000 com um final feliz, o atacante foi pego no anti-doping no final do ano. A substância encontrada na urina do veterano craque chama-se finasterida, comum em medicamento para conter a queda de cabelos.
Mais casos foram conhecidos nesse ano, como Adãozinho (América-RN), Anderson Marques (Barueri) e Ricardo Lopes (Paulista) tiveram teste positivo para o estimulante isometepteno, encontrado na Neosaldina, largamente usada para dor de cabeça.
O Brasil fechou o ano com 15 jogadores flagrados. Ano passado foram só dois casos positivos, e em 2005, nenhum.

Não bastasse isso, a impunidade grassa nas sentenças. Dos 15 jogadores pegos neste ano, em levantamento feito pela Folha de S.Paulo, cinco (33%) foram absolvidos, e dez, condenados, todos com a pena mínima.

O lado feminino do doping

Marion Jones, Jaqueline, Martina Hingis e Rebeca Gusmão. Parece que as mulheres também estão cada vez mais envolvidas nessa triste história também.

Marion Jones, tricampeã olímpica, 31 anos, é uma das atletas mais famosas dos Estados Unidos. Nos Jogos Olímpicos de Sidney ganhou cinco medalhas, três das quais de ouro. Numa investigação sobre doping, em 2003, a atleta negou qualquer uso de substancias ilícitas, mas confessou, esse ano, ter usado esteróides entre Setembro de 2000 e Julho de 2001. inclusive durante os Jogos Olímpicos de 2000. A Atleta norte-americana poderá ser presa e perder as medalhas.
Pouco antes do Pan do Rio, o teste da ponta Jaqueline, do vôlei, deu positivo para um estimulante e a tirou do torneio. Ela alegou que a substância estava presente em um chá que tomou contra a celulite.
Já Martina Hingis tomou uma atitude drástica e anunciou sua aposentadoria do tênis. A suíça foi notificada sobre o resultado positivo de um exame antidoping, que acusou a presença de cocaína. Ela negou o uso de drogas e abandonou o circuito.
Rebeca Gusmão foi o grande nome e polêmica envolvendo o doping. A nadadora foi um dos grandes nomes no Pan do Rio, com medalhas e mais medalhas para o Brasil. A alegria era tanta que até o tamanho avantajado de Rebeca passou despercebido. Ok, ela ganhou muita massa nesses últimos anos, e daí.

Mas o problema era mais embaixo. O teste de Rebeca Gusmão deu positivo por uso de testosterona, transformando todo o segundo semestre do ano em palco de investigações e acusações. Médicos, equipe técnica, e até nadadores, tiraram o corpo fora e jogavam a culpa para outros. Todos, e ninguém, sabiam que Rebeca usava a testosterona há algum tempo. Rebeca nega até o fim. Diz que tem ovário policístico, uma anormalidade em que o corpo feminino produz uma quantidade de hormônio masculino testosterona além do normal. Alguns aceitam a explicação, outros criticam mais ainda. O fato é que a imagem do Brasil saiu prejudicada, ninguém saiu ganhando com a atitude “espertinha” de Rebeca, e como conseqüência, a nadadora está sob julgamento e ainda perdeu suas medalhas de ouro.

Todo e qualquer caso de doping deve ser julgado com muito rigor, sim. Afinal, o esporte serve de espelho e incentivo aos mais jovens. Não podemos deixar disseminar a idéia de que só se vence com drogas. Queremos ver show, recordes quebrados, o país sempre campeão.
Mas de cara limpa.