quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Bola em Jogo – Roubando a atenção???

Por Breno Marcos Rossi

“Não adianta termos um futebol de primeiro mundo e uma arbitragem deficiente”. Essa foi a frase de Genaro Marino, diretor de futebol do Palmeiras, após a polêmica semana que se passou, em relação à Técnico – Time – Juiz.
O futebol está longe de ser excepcional. Ainda não somos primeiro mundo, por inúmeros motivos que iria desencaminhar o bom andamento do post, mas vale citar segurança (ou a falta de), torcidas (des)organizadas, dirigentes que mandam nos clubes, e por ai vai.
Mas Primeiro ou Terceiro mundo a parte, a questão que incomoda na semana é os erros de arbitragem.

No jogo Palmeiras x Rio Preto, Vanderlei culpou os árbitros pelo mau resultado, afirmando que ocorreram dois pênaltis - em Valdivia e Leandro. O lance envolvendo o chileno foi fatídico para Luxemburgo, que acabou sendo expulso por reclamação e por ofender o árbitro, essa ultima afirmação negada pelo treinador.
A súmula relata que Luxemburgo menosprezou o juiz, citando seus tantos anos de profissão, e deixando nas entrelinhas que o juiz seria um amador. Luxemburgo será julgado e pagar um alto preço pela ofensa.
No Rio de Janeiro, a final da Copa Guanabara também chamou a atenção. A vitória, de virada, do Flamengo, fez acender a chama da raiva em todos os botafoguenses, que insistem terem sido roubados pela arbitragem, que marcou um pênalti duvidoso contra o Bota e expulsou Zé Carlos. Tudo isso fez com que os jogadores do Botafogo criticassem a arbitragem e chorassem muito na coletiva.
Houve também, em São Paulo, um lance complicado para os homens de preto. Após cobrança de falta, a bola passou pela defesa da Ponte Preta e sobrou para Acosta, do Corinthians, fazer o gol. A arbitragem, porém, anotou impedimento do atacante uruguaio. Lance, esse, que não foi muito criticado e nem teve tanta repercussão quanto os de cima.

Mas vale a pena comentar. Por quê?
Ora, o assunto arbitragem está sempre voltando à tona. Lógico que os árbitros erram, como todo mundo. Muitas vezes, acabam ditando o resultado da partida, e isso é sim muito problemático. Mas temos que esfriar a cabeça e fazer uma análise imparcial de tudo isso.
Os juizes erram sim. Não marcam faltas, ou marcam errado, não marcam pênalti, ou marcam errado, não marcam impedimento, ou marcam errado, expulsa quem não deveria, ou não expulsa. Isso também faz parte do futebol. Os erros de jogadores ou da arbitragem é que dão um gostinho a mais para as discussões saudáveis de bar, e para a rivalidade dos torcedores.
Quantas vezes um jogador errou o pênalti, ou errou uma falta, ou um lance? E eles treinam para isso, treinam para acertar e não errar nunca. Mas erram. E porque os juizes não podem errar? Porque eles têm que ser uma raça perfeita?
É muito complicado tomar uma decisão no calor da batalha, no meio da confusão, com tantas vozes gritando sim ou não no seu ouvido. Às vezes, eles erram sim. Não posso e nem devo criticá-los por isso. Eu erro, e até você, internauta, também erra em seu trabalho.

Agora, vamos ver o outro lado. Os times prejudicados ficam com um gosto amargo na boa sim, e tem razão em pedir sempre pessoas profissionais e integras para apitar. Já tivemos muitos problemas com juizes nos últimos anos (vide Edílson Pereira de Carvalho), e devemos sim vigiar, mas não julgar um erro sem querer. Se os erros forem com toda a maldade do mundo, dou razão para os que reclamam. Inclusive, sou totalmente a favor de punição para esses “profissionais”, um gancho digno para que esses possam parar e pensar no que fez de ruim. Mas não podemos generalizar e tachar todos os juizes de mau caráter e incompetente.

Luxemburgo está muito errado de criticar a arbitragem. Quando criticam seu trabalho, ele sai de si. Então qual direito ele tem de criticar todo o resto do mundo esportivo, seja juizes, chefe da comissão, jornalistas?
Talvez ele esteja certo em relação aquela expulsão.
Talvez.
Mas ele não tem o direito de pedir a saída do Coronel Marinho da comissão de arbitragem, e nem dizer quem deve ou não ser escalado para os jogos. E pode chorar a vontade.

Como disse o próprio Coronel Marinho... O choro é livre.