quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Bola em Jogo – Crime organizado

Por Breno Marcos Rossi

Um fato recente chamou a atenção de todos para um problema que vem se arrastando por décadas, e que, infelizmente, só volta a tona alguém é ferido gravemente ou pior, acaba morto.
A guerra entre torcedores.
Em Minas, um torcedor do Cruzeiro, Lucas Ellera, foi covardemente agredido por torcedores do Atlético-MG. As filmagens mostraram Lucas sendo espancado, caído no chão, com chutes e pauladas no rosto. O torcedor teve os dentes quebrados, lábios e rosto cortados, além de afundamento de crânio.
Já Samuel de Souza Tobias, torcedor do Galo, teve um mal súbito e faleceu, ao se deparar com cruzeirenses.

Dois incidentes sérios, que fez reacender a discussão sobre as torcidas organizadas.
Até quando, não se sabe. Mas a certeza é de que nada será decidido e/ou resolvido.

É quase impossível enumerar as brigas entre organizadas. Mas muitas ficam na cabeça, até como um lembrete de como as pessoas podem ser más, agir como animais irracionais, e para nos fazer pensar mil vezes antes de irmos à um clássico, ou sequer sair na rua com a camisa do nosso time, que tanto amamos.
Uma das mais sérias brigas foi a do Pacaembu, durante a Copa São Paulo, entre torcedores de Palmeiras e São Paulo. Com bandeiras, ferro, armas brancas arranjadas no calor do momento, muitas pessoas se feriram e morreram. Cenas fortes foram passadas exaustivamente por todos os veículos de comunicação, alertando e assustando a população.
Palmeiras e Corinthians também já protagonizaram inúmeras cenas lastimáveis. Uma delas, na estação de metrô, deixando muitos feridos.
Uma briga entre torcidas organizadas do Botafogo e do Fluminense resultou na morte de uma pessoa e em ferimentos em outras duas, antes de uma partida dos times na Copa Sul-Americana. Uma das vítimas levou um tiro no peito.
O orkut, site de relacionamento, também é uma ferramenta bastante usada para agendar brigas entre os torcedores. Muitas vezes, a polícia age a tempo e impede uma chacina, outras, temos que presenciar mais uma complicada situação.

Não acho certo generalizar a torcida organizada. Existem pessoas com boas intenções que querem fazer do grupo de torcedores uma família. Inventam músicas, encontros, fazem amizades.
Mas infelizmente, nem tudo são flores, e existe o outro lado da moeda. As pessoas que estão dentro das organizadas com um único objetivo:
Brigar.
Querem fazer da organizada um objetivo deturpado, o de uma gangue.

E caso as autoridades não pararem, pensarem e tomarem uma grande atitude, esse lado negro das torcidas irão, infelizmente, alcançar o que almejam. Para o triste fim do esporte.


Tudo isso me lembrou um filme interessante.
Em Hooligans, um americano, interpretado por Elijah Wood, vai para Londres e faz amizade com torcedores do futebol inglês, os chamados Hooligans, e passa a viver com eles e como eles.



Espero, de coração, que a torcida brasileira não siga a inglesa, e olha que estamos no caminho para ver isso acontecer.