quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Bola em jogo – Futebol em Luto.

Durante a primeira rodada do Campeonato Espanhol, contra o Getafe, o lateral Antonio Puerta, de 22 anos, sentiu-se mal e caiu no chão, desmaiado. Os jogadores se desesperaram e fizeram de tudo para ajudá-lo. Puerta foi atendido pela equipe médica rapidamente.
Ao ler essa história, a semelhança com o caso Serginho é enorme. Em outubro de 2004, o futebol brasileiro sofreu um choque ao ver Serginho, do São Caetano, caindo e morrendo durante partida contra o São Paulo. Naquele tempo, o desfibrilador (equipamento cuja função é reverter um quadro de fibrilação auricular) foi o grande culpado. Não havia nenhum em campo, o que poderia ter salvado Serginho.
Mas o grande vilão de hoje em dia e daquele fatídico outubro são as pessoas. Pessoas que parecem não dar a mínima para a vida. Pessoas que viram Puerta desmaiar mais de uma vez, e nada fizeram, pois acharam que não era nada. Como Silvio Luiz, atual goleiro do Vasco, na época, do São Caetano, comentou que os médicos já sabiam do problema de Serginho.
Então tudo leva a crer que o descaso é maior culpado do que qualquer aparelho eletrônico.
Atonio Puerta morreu na última terça-feira. Causa da Morte: falência múltipla de orgãos e encefalopatia causadas pela parada cardíaca sofrida pelo jogador.

Foi preciso mais um jogador morrer para abrir outro debate sobre a segurança dos clubes em relação aos atletas e o ritmo frenético do calendário. Discussão está que será esquecida em breve, como ocorreu todas as vezes que um jogador falecia. É preciso parar de pensar e agir rapidamente. Apenas com as devidas providencias é que histórias como o de Serginho e Puertas não irão mais se repetir.

OUTROS CASOS
Puertas e Serginho estão longe de ser exceção. Em dezembro de 2004, O atacante brasileiro Cristiano de Lima Júnior, 25, morreu em campo, após marcar os dois gols da vitória de seu time, o Dempo, na Índia.
Em janeiro, também de 2004, o atacante húngaro Feher, jogador do Benfica, teve uma parada cardíaca nos acréscimos e também faleceu.
Parada cardíaca também foi a causa da morte do camaronês Marc-Vivien Foe, que caiu no gramado durante a semifinal da Copa das Confederações, em junho de 2003.
Em outubro de 2002, o brasileiro Márcio dos Santos sofreu um infarto horas após participar da vitória de 3 a 1 de sua equipe sobre o Allianza.
Em julho de 2003, o zagueiro Max, 21, morreu após sofrer um aneurisma cerebral durante a disputa de um coletivo do Botafogo de Ribeirão Preto.

CUIDADOS QUE SALVAM VIDAS
Muitas vezes, como foi citado acima, a saúde dos atletas não recebem a devida atenção e os exames não são feitos com o devido rigor e profundidade.
Alguns casos mais conhecidos são como o do jogador Fabrício Carvalho, que passou dois anos afastado do futebol, com suspeita de problemas cardíacos. Voltou para o Goiás e se tornou até artilheiro do time.
William, do Palmeiras, também passou muito tempo longe dos gramados, com problemas cardíacos, mas hoje marca gols no Verdão.
Depois de chegar no Atlético Paranaensee em 2003, Washington foi reprovado nos exames cardíacos, e precisou submeter-se a uma cirurgia de cateterismo. Em 2004 voltou aos gramados, e foi artilheiro do Nacional. Hoje, Washington é conhecido como “Coração de Leão”.



Seria muito mais prazeroso para o esporte ver milhares de “Corações de Leão” por aí, do que ver essas tristes cenas, como a de Puertas.